Refeno: baiano de coração, matemático vai participar pela 28ª vez da mais bela regata brasileira
Será dada, neste sábado (12), a largada para 31ª Regata Internacional Recife Fernando de Noronha, a Refeno. Participando de sua 28ª edição, o matemático e skipper Roque, de 65 anos, contou ao SBT Nordeste um pouco de suas aventuras no mar e o que o leva a participar todos os anos de uma das regatas mais famosas do Brasil, a Refeno.
"Já rodei meio mundo e considero o Caribe o quintal da minha casa. Noronha é a ilha mais bonita que existe. Ver Noronha ser preservada é o que me faz, cada dia mais, vir e aproveitar esse paraíso porque já não existe isso em grande parte do planeta. Noronha é o sonho de todo mundo. Quem não conhece Noronha, não sabe o que é um paraíso. Ela não deixa nada a desejar em qualquer parte do mundo. Não tem Maldivas, não tem Caribe, Noronha é Noronha", declarou Roque.
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Perrengues
Como - quase - todo velejador, Roque também já passou por alguns perrengues ao longo de sua vida no mar. São 60 anos - de 65 de vida - dedicados à sua paixão pelas águas. "Indo para Noronha nunca tive nenhum problema. Mas na minha vida náutica já tive vários (problemas). Já capotei, já perdi mastro, já perdi jet-ski, já vi a morte por perto", disse.
O matemático por formação também falou sobre as vantagens do litoral nordestino. ''Com isso aqui, nós somos abençoados. Nós temos um litoral maravilhoso que te oferece segurança quase que em sua totalidade. Não existe perrengue nesta regata (Recife-Fernando de Noronha). É uma regata, até os dias de hoje, muito tranquila."
Mais profissional com o tempo
A Refeno acontece há 31 anos. Ao longo dos anos, muitas coisas mudaram no evento. "Eu acho que ela (a regata) se profissionalizou. Antigamente, era uma aventura. Ia quem quisesse. Hoje ela se tornou mais seletiva. Você tem que ir, mas tem que ir com segurança.'' Deixou de ser aquela coisa que ninguém controlava para ser uma regata voltada para a segurança, para o lazer."
O skipper também comentou sobre as normas de segurança que são exigidas para participar do evento. "Ela deixou de ser aquela coisa que ninguém controlava para ser uma regata voltada para a segurança, para o lazer. Se fosse uma coisa aberta, como era no passado, eu acho que teríamos tido algumas tragédias. As normas que o Cabanga (clube náutico no Recife que cuida do evento) e a Marinha impõem influenciam bastante (sobre quais barcos podem ou não participar da regata", completou.
Amor ao mar
Apaixonado pelo mar desde seus quatro anos de idade, Roque falou um pouco sobre sua relação com o oceano. "A partir do momento que você ganha confiança no mar, que você gosta do mar, você não tem muito o que fazer, não. Eu vejo na terra muita violência. Eu nunca vi no meio do mar chegar alguém para me assaltar. Quando eu estou no mar eu conheço lugares tão maravilhosos, tão paradísiacos, que não preciso estar na terra", finalizou Roque.
Confira, na íntegra, a entrevista:
Sobre a Regata
Criada em 1986, a Regata Internacional Recife - Fernando de Noronha (Refeno) contou com apenas 22 participantes em sua primeira edição. As embarcações que participam do evento partem do Marco Zero do Recife e seguem para a famosa ilha de águas cristalinas e natureza quase que intocada. São 300 milhas náuticas de percurso, ou 560 km entre céu e mar.
O barco que chega primeiro à Ilha leva o prêmio Fita Azul. Além do campeão, os três primeiros colocados das diversas classes - ORC, IRC, RGS, Mocra, Catamarã, Trimarã, Metal, Bico de Proa, Aberta, Turismo e VPRS - também recebem troféus .