No coração do Agreste pernambucano, o som dos estampidos ecoa como parte de uma das tradições mais emblemáticas do Nordeste brasileiro. No próximo dia 24 de junho, Caruaru — conhecida como a Capital do Forró — será novamente palco do maior encontro de bacamarteiros do mundo, durante as celebrações de São João, reunindo cerca de 2 mil atiradores de pólvora seca de diversas regiões do estado e também de outros pontos do Nordeste.
A tradição, secular, atravessa gerações e carrega não apenas o barulho dos bacamartes, mas também a memória de um tempo em que batalhões de civis armados protegiam suas comunidades. Hoje, cada batalhão de bacamarteiros carrega em seu desfile a história dos antigos batalhões da Guarda Nacional e dos Voluntários da Pátria, preservando com orgulho uma cultura que resiste ao tempo.
História e resistência cultural
De acordo com registros históricos, já em 1948, Caruaru reunia 1.200 bacamarteiros, evidenciando a força dessa manifestação popular. A cidade, que concentra o maior número de batalhões registrados, permanece como referência na tradição. Atualmente, são mais de 100 batalhões ativos em Pernambuco, muitos com mais de um século de existência.
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